quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

sobre o sentido

O sentido está sempre incompleto. A arte cria a ilusão de que ele se dá em bloco, mas na verdade - que não há para além do relativo provisório - a verdade não passa de um fragmento em permanente mutação. Uma chispa do que nos move de um ponto a outro, indefinidamente. O sentido, mesmo quando nos atinge subitamente, não vale mais do que um aceno, ou a mínima fração desse silêncio raso, onde se reflete um mar de idiotia.
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2 comentários:

aveloh disse...

Eu nada sei mas intuo, e gosto de acreditar nessa intuição: que o sentido completo, a completa lucidez, só no momento da morte.
Abraço.

carlos dala stella disse...

Aveloh
Intuímos, e intuir é tudo que podemos fazer. A minha intuição sopra que a "completa lucidez" é um sonho, mas talvez você tenha razão. Ia ser bonito ver passar o trenzinho completo, da litorina ao último vagão, todos acenando das janelas, e o apito se perdendo na imensidão azul do céu...
Abraço