sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

poemas de madeira / 4









Estas esculturas, chamo-as de poemas de madeira porque seu sentido me escapa, porque de alguma forma elas me devolvem a um espaço de essencialidade onde o mundo se resume ao rés do chão. E à delicadeza densa que há nele, simples como a madeira, como uma pedra, inequívocas.

Estas esculturas, elas são feitas de bambu, barbante, madeira, pedra e papel arroz. Quase todas foram surgindo de sonhos, de visões fragmentadas que depois tento recuperar, não como quem costura pedaços avulsos. Mas tentando sempre me manter fiel a uma impressão geral que esses sonhos causam em mim. 

Estas esculturas, me surpreendo a cada instante quando trabalho nelas, com o rumo que as coisas vão tomando, imprevisto, apesar de um fio guia intuitivo que me alimenta. O sentido que há nelas, procuro tocá-lo desprovido das palavras, mas com as mãos todas dos olhos, tateantes. Com um medo tremendo que sua fragilidade se perca. E agradeço pela leveza com que elas se dão.   

2 comentários:

Silvio Silva Junior disse...

Olá Carlos:
Muito forte e lindo o teu trabalho, parabéns! Vou acompanhar atento.

Abs

Silvio Silva Junior

carlos dala stella disse...

Olá, Silvio
Bom saber que você gostou e vai acomanhar o blog. Se quiser conhecer meu ateliê, dia desses, venha. Grato pela sua visita e por suas palavras.

Abraço do
carlos