sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Painel Sto Inácio/2






Primeiro contenta-se o significado simbólico, a vida de Íñigo Lopez, o homem que foi lido pela posteridade como o santo basco Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Depois deseja-se amplificar esse significado simbólico, vendo nele o desejo pela busca do conhecimento, e o painel, ainda sonhado, pode ser lido como uma alegoria do vir a ser. E o vir a ser tanto mais pleno é quanto mais em direção ao outro se dá. Pelo menos é o que se depreende da vida dos grandes místicos.

Depois ainda, ao levar os desenhos iniciais para as placas de isopor, lida-se com a matéria, branca, leve, apesar do petróleo que a constitui. Nesse momento o que conta são as formas, quase sempre arredondadas, parabólicas, e as linhas de força dos volumes, curvas na maioria das vezes. Está-se lidando agora com o significado abstrato do painel. É preciso continuar inventando, descobrindo o que havia no subsolo dos desenhos iniciais, eliminando as impurezas, acentuando o que parecia periférico, abrindo espaço para que o imprevisto possa se dar.

Nesse momento de muito trabalho físico, cortando as placas, é melhor entregar-se às mãos, ou pelo menos dividir com elas a direção do processo. Elas sabem, melhor do que a cabeça, lidar com as abstrações do mundo. Desse jogo de volumes e linhas em relevo vai depender o sucesso ou não daquele significado simbólico lá do início. É da soma desses significados, depois de ganhar seu corpo final, em cimento, que resulta um painel.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Painel Sto Inácio/1






Começo a postar hoje desenhos e formas de isopor do painel de Santo Inácio - encomenda do Colégio Medianeira, de Curitiba. Os desenhos são estudos para definir pormenorizadamente o projeto; as formas de isopor são a matriz sobre a qual vamos fundir o concreto. No total serão 36 blocos totalizando 20m².

Depois de um mês e meio cortando isopor, as formas estão prontas. Falta colar uma a uma as lâminas de cada forma, no formato padrão 100x50cm, preparar as caixas de madeira e partir para a fundição em concreto, no início de novembro.

O piso debaixo do ateliê virou um mar branco de isopor. A partir dos estudos, fui definindo linhas, volumes, sempre atento ao ritmo que intuí lá no início, de certa delicadeza, acentuada no final do processo pela "bordadura" com pirógrafo em algumas áreas do tema. Foi assim que se deu o trânsito da concepção simbólica do painel, em abril, para sua concretização em volumes negativos e positivos, finalizada agora em meados de outubro.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

FLIM - Festa Literária do Medianeira - 2012


Quem não lê mal conhece o próprio umbigo. Ou padece dessa onda global de consumo exagerado de bens descartáveis, quase sempre desnecessários. Quem lê exercita o silêncio, esse bem cada vez mais raro num mundo cada vez mais barulhento. A leitura põe o sonho e os desejos no centro da roda, matizando a tal realidade da vida com tudo que afetiva nossa cognição. A leitura aumenta nossa reserva de subjetividade, especialmente a leitura de ficção, de poesia. O que vivemos durante a leitura não vivemos em nenhum outro lugar, esse deixar-se levar pelo desconhecido - que há em todos nós - bem no fluxo da corrente. São tantas as possibilidades, tanto o frescor entre as linhas.

  http://www.colegiomedianeira.g12.br/blogs/flim2012/