terça-feira, 7 de maio de 2013

resíduo de consciência


O mundo está dividido entre a vastidão daqueles que não pensam sobre a vida - e vivem relativamente felizes, imersos nas alegrias e dores da matéria - e aqueles que, depois de pensarem durante toda a vida, compreendem que é melhor não pensar demasiado no sentido da vida, e que seus momentos de maior felicidade foram exatamente aqueles em que eles se esqueceram de si, entregues às dores e alegrias da matéria. 

Para isso servem os livros e toda a filosofia, para voltar ao ponto zero? Para sermos capazes de esquecer de nós mesmos pelo maior tempo possível? Então tudo se deu em nome desse resíduo de consciência mais ou menos espiritualizada - que uma multidão canaliza para o buraco negro a que chamam deus? Tudo em nome desse zero superior ao zero inicial? Superior?

Quanto a essa ávis rára, tanto mais satisfeita quanto mais lima, pole e lapida sua visão de mundo, melhor colocá-la momentaneamente à parte, como ela deseja e merece.


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