sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Forte de Copacabana + Igreja de Mariana


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O que aconteceu em Minas Gerais, no século XVIII, foi um milagre, um milagre essencialmente preto e mulato. Essa janela, de uma igreja de Mariana, com sua luz quase obscura, é de uma beleza arquitetônico que nem os dourados de Ouro Preto ofuscam. Os silêncios desses vazios estão carregados de sonhos, sonhos de salvação, sonhos de poder, sonhos de liberdade, sonhos de imaginação... Dessa profusão caótica de sonhos, fez-se o milagre das Minas Gerais. Belo e perturbador como se a vida explodisse a nossa frente, em todas as direções.
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um Erro Emocional

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Quinta-feira, dia 21, Cristovão Tezza lança seu novo romance na Livrarias Curitiba do Estação. Dono de um estilo tenso e altamente reflexivo, Cristovão investiga de forma cada vez mais contundente o conflito moral que subjaz às relações humanas, diga ele respeito à paternidade, à identidade artística ou ao amor. Vejo nele um moralista, não porque prescreva ou vigie a moralidade corrente, mas porque, ao contrário, permanentemente a questiona e desafia, nas situações romanescas mais diversas, analisando-a com uma lucidez que só os vacinados contra o lugar-comum possuem.

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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sombras de Santa Felicidade à noite





 






Não sei se penso melhor caminhando, certamente penso mais arejado. O encadeamento entre os pensamentos parece mais fluido, seus elos mais esgarçados. Como ocorre com as nuvens, os pensamentos de quem caminha vão mudando ao sabor do vento, e quando se vê o que se tem nas mãos não é mais um pavão, mas um bizonte. Esse fluxo bastante aleatório do pensamento, quando caminho, ele me põe num estado de displicência alerta, boa para catar imagens com a câmera. Especialmente quando as imagens pertencem a esse mundo tênue das sombras, fluidas elas também, incorpóreas e sutis.
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Lembro de minha nona Isa varrendo o pátio de chão batido de minha casa de infância. Varrendo, os pensamentos se concatenam sob certo rigor, como se entre a geometria das vassouradas cobrindo a área do pátio e o pensamento se estabelecesse uma relação lógica, com princípio, meio e fim. Varrendo, tenho a impressão que meus pensamentos cumprem uma direção e chegam a fazer certo sentido. Mas quem garante que o mesmo se dava com ela? Lembro que ela varria com o esboço de um sorriso nos lábios. E sorrisos assim são insondáveis. Nenhuma gargalhada se compara ao infinito dos meio-sorrisos, discretos e íntimos.
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