terça-feira, 15 de dezembro de 2015

domingo, 22 de novembro de 2015

Iberê desenhando

Enquanto uso o telefone, desenho, aqui sobre papel toalha. Esses desenhos espontâneos e inconsequentes tornam suportáveis os call center. Descarregos, como me dizia Poty. 


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Les vieux fous de dessins



Quanto mais desenha, mais você toca, tateante de cegueira, a superfície do mundo. E vê pela linha, pela mancha negra, o que não via antes. E o que se vê desce até o reino escuro das raízes, e flui com os lençóis d'água, e se mineraliza com as pedras, e se aquece no núcleo quente da terra. Quando desenha, você está dispensado de fazer sentido, você é o sentido, uno e indiviso. E o que resulta disso é uma imensidão silenciosa de amor à vida.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Autorretrato / desenho com cabelo




Pode-se desenhar com praticamente tudo. Desenhar com cabelo, durante o banho, tem sido um exercício de espontaneidade. Mais e mais apreendo o mundo pela linha, pouco importa de que material ela é feita. A linha flexível do fio de cabelo impõe um certo barroquismo caótico à composição, com suas volutas, seus meio-arcos, suas ondulações geometricamente distorcidas. Uma vez apreendidas suas propriedades, o dedo desliza sobre o azulejo molhado, organizando sem nenhuma dificuldade o caos, até que algo se dê. E algo quase sempre se dá.


sábado, 24 de outubro de 2015

para ROBERT AMORIM


ASAS DA INGENUIDADE


aos poucos vou reconectando cabos
refazendo os frisos
substituindo algumas placas de cristal
o amarelo no lugar do cinza
com muito cuidado redesenho as bordas
reviso as articulações

tudo para que o vitral
de minha ingenuidade volte a se abrir
alado, sobre o vale do medo
e me leve em sobrevoo
para as campinas das papoulas
e volte a planar
sobre o deserto dos girassóis 
e eu possa mais uma vez
respirar as correntes ascendentes de ar

carlos dala stella


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

INSOLAÇÃO


O Brasil é um país assassino de sóis. Todos os dias nossa exuberância de sóis é diminuída. Por aqui sóis morrem de bala perdida no primeiro alvorecer, tombam na calçada de casa sem saber por quê; são esfaqueados de bicicleta no parque, na praça, são fuzilados nas escadarias da catedral. Todas as noites dezenas de sóis se apagam na escuridão iluminada das cidades, por atropelamento, por descuido, por prevenção. Melhor afogar os sóis negros antes da futura perversão, antes que eles contaminem o sistema solar. Todas as manhãs, neste país tropical, dezenas de sóis não amanhecem, para tristeza da estrela d'alva, nem nunca amanhecerão senão na memória anônima de um cometa perdido. No Brasil, as estrelas de primeira grandeza convivem pacificamente com as chacinas sistemáticas de sóis. Somos o país da alegria de viver, o país do carnaval, da cordialidade. Podemos desperdiçar sóis sem prejuízo de nossa abundância de luz. Um sol é menos que um centavo, não vale nada. Dois sóis menos ainda. Três, então, apagados de uma única vez, acenderão ainda mais os sóis de plantão. O Brasil investe todos os dias no genocídio de seus sóis, depois vai trabalhar, mais rico de luz, ou vai à praia pra relaxar e ganhar uma cor, com a consciência tranquila, afinal o excesso de sol faz mal a todos e, no limite, mata. Somos o país do futuro e do presente ensolarado. 

carlos dala stella

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

caderno de ateliê 55



Esses diários de ateliê poderiam ser chamados de meus cadernos de gratuidades, tantos os descarregos. Também podem ser vistos como minha espinha dorsal, o cerne de tudo o que faço, tanto volto a eles, registrando os mínimos abalos sísmicos de minha sensibilidade. O ovo da galinha, tantas coisas nascem aqui como para cá voltam. Esses diários carpem as mesmas sementes, redundam nas mesmas covas, chovem a mesma chuva ancestral que venho chovendo há séculos. Por sorte ou cúmulo do azar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Emily Dickinson / 5


821


Longe de Casa, estamos Eles e eu –
Ser um Imigrante
Em uma Metrópole Residencial
É fácil, quase sempre –

Habituar-se a um Céu Estrangeiro
Difícil – senão impossível
Como o Rosto das Crianças
Tanto mais se afastam – mais visível.

 Tradução de Carlos Dala Stella


Away from Home, are They and I -
An Emigrant to be
In a Metropolis of Homes
Is easy, possibly -

The Habit of a Foreign Sky
We - difficult acquire
As Children, who remain in Face
The more their Feet, retire.


Away from home, are they and IAway from home, are they and I 






















Minhas traduções são exercícios de leitura, amparadas sempre que possível por traduções para o italiano e espanhol, além de paráfrases em prosa. A disponibilidade dessas versões agora pela internet torna o processo muito prazeroso, e muito menos trabalhoso do que há pouco tempo. Mesmo assim sempre parto da edição completa que ganhei em 2008 de Cristovão Tezza, pela Little, Brown and Company, editada por Thomas H. Johnson, biógrafo e editor definitivo da escritora.

O poema 821 (segundo a datação Johnson), foi escrito em Cambridge, em abril de 1864, onde Emily Dickinson se recuperava de um problema nos olhos e onde ficaria até novembro. O que me atraiu foi a comparação do céu de onde nascemos com o rosto de uma criança, tanto mais vivo quanto mais ela caminha para longe, por artifício da memória. É fascinante que particularizemos uma porção do céu como mais íntima aos olhos de nossa alma do que o céu de outros lugares.

O céu parece sempre o mesmo, em qualquer lugar do mundo; não para os astrônomos, nem para os poetas. Os poetas moram poeticamente onde moram, o que significa que aquela porção do mundo foi sendo metaforizada por força da escrita, e da multiplicidade de percepções que a alimenta. Emily se habitua com a multidão de uma metrópole, não com seu céu desconhecido. Talvez porque o céu onde nascemos e vivemos boa parte da vida seja o cúmplice silencioso e compreensivo de nossa vocação, de nossa diária dedicação a ela. Nenhum outro céu acolhe tão incondicionalmente nossos olhos - doridos, cheios de júbilo, dúvida, indiferença, cegos de tanto ver.
    

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Óscar Hahn 9



Do poeta chileno, Mario Vargas Llosa disse: " A obra poética de Óscar Hahn é magnífica e verdadeiramente original, além de ser a mais pessoal que li em língua espanhola em muito tempo". 

Do livro Los espejos comunicantes, publicado na Coleção Visor em 2014, traduzo o poema Solidão, inspirado na belíssima canção de Duke Ellington. Vale lembrar que além de temas clássicos, como a solidão, o amor, a morte e o tempo, Óscar Hahn tem se dedicado cada vez mais a temas caros à atualidade, como consumismo, ecologia, energia nuclear e mesmo a celebridades da música pop, sempre com uma lucidez poética perturbadora.




SOLIDÃO

           In my solitude you haunt me
               with reveries of days gone by
                        música de Duke Ellington


Não está sozinha minha solidão:
está comigo
Onde quer que eu vá
ela vai ao meu lado
dorme em minha cama
come na minha mão: respira
o mesmo ar que respiro
Fala com minha voz
caminha com minhas pernas
sente tudo que eu sinto
Uma única vez se afastou
minha solidão
me abandonou: sumiu
Nessa tarde conheci
a mulher da minha vida
Meses e meses longe de minha solidão
Noites a fio junto a meu grande amor
ocupando o espaço vazio
de meu desamparo
Até que um dia tudo acabou
como sempre acabam
os amores eternos:
num piscar de olhos
E agora que volto para casa
minha solidão me recebe
de braços abertos
sem uma palavra
sequer uma crítica
Apenas me abraça: consoladora
e chora comigo

Tradução de Carlos Dala Stella


SOLITUDE

            In my solitude you haunt me
            with reveries of days gone by
                        Música de Duke Ellington

Mi soledad no está sola:
está conmigo
Me acompaña dondequiera
que voy: duerme en mi cama
come de mi mano: respira
el aire que respiro
Me habla con mi voz
camina como yo camino
siente lo que yo siento
Sólo una vez mi soledad
se alejó de mi lado
me abandonó: partió
Fue esa tarde que conocí
a la mujer de mi vida
Meses y meses sin mi soledad
noche tras noche con mi gran amor
ocupando el espacio
de mi desamparo
Hasta que un día todo terminó
como siempre terminan
los amores eternos:
en un abrir y cerrar de ojos
Y ahora
he regresado a mi casa
Mi soledad me recibe
con los brazos abiertos
no me dice nada
no me reprocha nada
me abraza me consuela
Llora conmigo

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Óscar Hahn 8



Sigo lendo o chileno Óscar Hahn (vencedor em 2014 do Prêmio Loewe de Poesia, na Espanha). Por dois motivos, principalmente: porque ele entra nos temas de um modo tão direto que entramos juntos, sem hesitação; e também porque mal entramos, esses temas nos afligem como se  fossem nossos. Nem a ironia, nem o insólito de algumas imagens são capazes de nos afastar de nós mesmos. Que mais pode querer um autor do que essa fusão espelhada com o leitor?


NA PRAIA NUDISTA DO INCONSCIENTE



Um homem está deitado na praia nudista
     do inconsciente
quando surgem na noite dois sóis

A metade mulher do homem corre graciosamente
     para o mar
A metade homem caminha pela orla

Na praia nudista do inconsciente
as duas metades se banham de mãos dadas

O sol negro sobe no horizonte
O sol branco desce vermelho incandescente

A mulher e o homem fazem amor até a vertigem
Seus corpos lutam sobre a areia fosforescente

E o firmamento se enche de meteoritos
que se deslocam à velocidade da luz

Tradução de Carlos Dala Stella



EN LA PLAYA NUDISTA DEL INCONSCIENTE


Un hombre está tendido en la playa nudista del
     inconsciente
a esa hora de la noche en que salen dos soles

La parte mujer del hombre corre graciosamente hacia el
     agua
La parte hombre camina en dirección a la orilla

En la playa nudista del inconsciente
las dos partes se bañan tomadas de la mano

El sol negro se alza en el horizonte
El son blanco se pone al rojo vivo

La mujer y el hombre hacen amor hasta el vértigo
Sus cuerpos luchan en la arena fosforescente

Y el firmamento se llena de aerolitos
que se desplazan a la velocidad de la luz


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O MAGO DO VIOLÃO



Agustín Pío Barrios Ferreyra nasceu em 5 de maio de 1885, quase certamente em San Juan Bautista de las Missiones, Paraguai. Reconhecido como o maior compositor para violão de todos os tempos, a partir de 1928 passou a usar o pseudônimo Nitsuga Mangoré; Nitsuga, Agustin ao reverso, e Mangoré como homenagem a um cacique Guarani, fuzilado por raptar uma espanhola por quem estaria apaixonado. A partir de então, para atrair a assistência, apresentou-se seguidamente paramentado como índio guarani. 

Foi o primeiro a gravar discos de violão, em torno de 40, a partir de 1915, quinze anos antes do primeiro registro de Andrés Segóvia. Além de compositor inigualável, foi intérprete genial, poeta e refinado desenhista. Depois de percorrer boa parte da América do Sul e América Central, além de algumas cidades da Europa, morreu em San Salvador, em 1944. Apesar das dificuldades de se fazer ouvir enquanto vivo, hoje Mangoré é tocado em todos os cantos do mundo, por quem estuda violão, e ouvido com o mesmo misto de reverência e espanto com que se ouve João Sebastião Bach.  


O BOÊMIO


Como giro rápido! Sou cata-vento,
movido pelos impulsos do destino
vou dançando em louco torvelino
planeta afora, junto aos quatro ventos.

Em mim, no cerne de uma vida inquieta,
vai este vagar incerto e peregrino
e a arte alumiando o caminho
como facho de um fantástico cometa.

Sou irmão em glória como em dores
daqueles mesmos medievais trovadores
que padeceram romântica loucura.

Como eles, quando eu estiver morto,
só Deus sabe em que distante porto
encontrarei minha áspera sepultura!

Tradução de Carlos Dala Stella


EL BOHEMIO

Resultado de imagem para agustin barrios mangore!Cuán raudo es mi girar! Yo soy veleta
Que moviéndose a impulsos del destino
Va danzando en loco torbellino
Hacia los cuatro vientos del planeta.

Llevo en mí el plasma de una vida inquieta
Y en mi vagar incierto, peregrino,
El Arte va alumbrando mi camino
Cual si fuera un fantástico cometa.

Yo soy hermano en gloria y en dolores
De aquellos medievales trovadores
Que sufrieron romántica locura.

Como ellos, también, cuando haya muerto,
!Dios solo sabe en qué lejano puerto
Iré a encontrar mi tosca sepultura!

Agustín Barrios Mangoré






quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Emily Dickinson / 4

Poucas admirações do passado continuam, duas ou três aumentam. Emily Dickinson é das que leio cada vez mais atentamente, tanto pelo mecanismo preciso e inesperado de seus poemas, como pela sua personalidade. E mais do que tudo pelo descarnado de seu olhar sobre o mundo, contrito de belezas. Basta um único de seus poemas para que eu mergulhe nesse experimento de linguagem tão conectado à vida como o próprio corpo, como o próprio sonho.  

1149

Percebi que as pessoas sumiam
Ainda criança pequena –
Viajavam para longe, supunha
Ou se mudavam para Regiões selvagens –
Agora compreendo – elas viajavam
De mudança para Regiões selvagens –
Mas porque estavam mortas
Fato velado à criança pequena –



I noticed People disappeared
When but a little child -
Supposed they visited remote
Or settled Regions wild -
Now know I - They both visited
And settled Regions wild -
But did because they died
A Fact withheld the little child -


Tradução de Carlos Dala Stella

terça-feira, 12 de maio de 2015

PÊ E O VASTO MUNDO / PAULO VENTURELLI



Sábado próximo, dia 16, às 16h, Paulo Venturelli lança na Livraria Cultura seu livro PÊ E O VASTO MUNDO, pela Editora Positivo. O livro é ilustrado pela iraniana Fereshteh Najafi, que vem ao Brasil especialmente para o lançamento. 

Transcrevo a seguir e-mail meu, a pedido do próprio Venturelli, sobre nossa amizade e uma pequena parcela do que penso da grandeza de seu trabalho.


De: Carlos Dala Stella [mailto:cdalastella@yahoo.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 16 de abril de 2015 21:07
Para: Paulo Venturelli
Assunto: contentamento

Paulo, querido
 
Fico muito contente com a repercussão de teus livros, cada vez mais fazendo parte da identidade artística do país, e mesmo social, já que quando inventamos estamos envolvidos por esse acordo sempre cambiante a que chamamos realidade. Aos poucos, mas agora de modo irreversível, o que você imagina aí, em sua biblioteca, vai ganhando o Brasil, virando a realidade diária de outras pessoas, que te leem e estudam. Nada mais merecido, num país de tanto desmerecimento, especialmente pra quem vive fora do eixo - que felizmente, se descentra. 

O merecimento do sucesso é todo teu. Ele se deve à qualidade de teu trabalho, 'desde sempre', mas também a tua persistência, dedicação, a esse envolvimento meio religioso com a literatura. Curitiba quase sempre atrapalha, e dá gosto ver como você continuou, vencendo o atrapalho, até que Curitiba se abrisse um tiquinho. Vejo teu caso como uma vitória do sonho, que em algum momento precisa de outros pra se viabilizar por inteiro. Em teu caso, essas parcerias vieram, e elas são merecedoras de uma parcela do que te acontece agora.

Nos vemos tão pouco, me ressinto disso, como agora. Mas sinto que estamos perto um do outro, atentos, admirados, desejosos de espanto. Essa exposição generalizada de uma meia dúzia de nomes, às vezes merecedores das luzes, repercutida pela mídia, um pouco pela universidade, por tantas feiras e festivais, pela internet mais rala, ela reduz drasticamente a riqueza tão grande e diversa de nossa imaginação. Fico tão contente quando alguém querido fura esse bloqueio, quebra a pauta. É como se finalmente o Brasil passasse a merecer aqueles que custam tanto a vir a ser o que finalmente acabaram sendo, essa maravilha de individualidade. A verdade está na riqueza de nossa diversidade criativa, não nesse jogo de grandezas, que se deve mais à política da cultura do que à literatura de fato. 

Fico lembrando de nossos primeiros encontros, no alto da Brigadeiro Franco, Pink Floyd, caixas de maçã na sala, café e pão com manteiga madrugada adentro, você lendo dezenas e dezenas de meus poemas, todas as semanas,e comentando um a um, fora as indicações de leitura. Lembro com um carinho danado, sem saber como agradecer tanta pertinência e generosidade. Mesmo que eu agradeça sempre, nunca vai ser suficiente. Você está entremeado, quando lembro dessa época, à foto enorme do Henry Miller, no fundo do corredor, à sensação física que o poema me provocava, palavras vivas na mão como peixes recém-saídos d'água, ao menino Gigio chispando de um lado pro outro, a amuletos ou esculturas de pedra sabão (de Ouro Preto?) na parede, e àquela janela se abrindo para um dos grotões escuros de Curitiba. A doçura lá de dentro, de nossos encontros, é ela que sinto na minha vida ainda hoje, desdobrada nos filhos, na neta, e em minha poesia, que silenciosa e anonimamente vai pingando. 

Quantas vezes durante todos esses anos não pensei em mostrar um trabalho pra você, em dividir uma alegria, que quase sempre tive que acabar engolindo sozinho. Mesmo você aí no Bacacheri e eu aqui, em Santa, converso sempre contigo. Estou terminando um livro que você me deu há anos, Dia e Noite, da Virgínia Woolf, que só agora consegui ler, e todos os dias leio o marcador, um cartão seu, falando dessa nossa proximidade de alma. Fora a dedicatória, com tua letra veloz. Quero dizer que ao agradecimento e ao carinho de antes, vou somando cada vez mais o orgulho de ser seu amigo. E de ver como você está se colocando no mundo, docemente, mas sem concessões. Você faz parte do Brasil que já deu certo, a anos luz dessa nossa política comezinha. Quando falam em ano perdido, recessão, esquecem da imensa riqueza de nossa inventividade, já formalizada em livros, música, esculturas, desenhos, dança - maravilhosos. Nosso corpo cultural é de tal maturidade que vai demorar décadas para que o país consiga absorver a parcela mais significativa dele. Temo, como já acontece, que sejamos mais e mais visíveis lá fora do que aqui dentro.  

Te mando um abraço cheio de contentamento. Quando a coisa apertar, não desista sequer por um segundo, vou estar pensando em você e te mandando meu carinho.

Dê um beijo na Líbera, imagino que ela também esteja muito contente.
carlos