quarta-feira, 26 de junho de 2013

Eugenio Montale / 7


BALBUCIO


Tartamudear
tropeçando nas sílabas
ajuda a despertar a língua
do torpor.
Mas o balbucio é demais
e ainda que não faça
barulho, falha.
Melhor resignar-se
à meia palavra. Certa vez
alguém falou tudo
e ninguém entendeu nada.
Acreditava ser o último
falante. Mas continuamos
falando e o mundo
desde então
ficou mudo.



INCESPICARE


Incespicare, incepparsi
è necessario
per destare la lingua
dal suo torpore.
Ma la balbuzie non basta
e se anche fa meno rumore
è guasta lei pure. Così
bisogna rassegnarsi
a un mezzo parlare. Una volta
qualcuno parlò per intero
e fu incomprensibile. Certo
credeva di essere l’ultimo
parlante. Invece è accaduto
che tutti ancora parlano
e il mondo
da allora è muto.

Tradução de Carlos Dala Stella

domingo, 16 de junho de 2013

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Fragmentos de um Inácio

Saiu texto meu, intitulado Fragmentos de um Inácio, na Revista de Educação do Colégio Medianeira, a Mediação, que chega ao seu 8º ano e ao 23º número. Através de trechos de meus diários, conto o que me passou pela cabeça enquanto trabalhava na criação do painel mural. Esse artigo junta-se ao vídeo sobre o processo de criação, do Estúdio 42, e ao próprio mural, formando um tripé de linguagens distintas sobre o mesmo tema.


 Pagina-1---CAPA-MEDIAÇÃO-23

http://www.youblisher.com/p/640201-Revista-Mediacao-Edicao-23/

terça-feira, 4 de junho de 2013

Eugenio Montale / 6



LOCUTA  LUTETIA

Se o mundo está perdido
não é só por culpa dos homens
Assim dizia uma velha seca
chupando sorvete pelo canudinho
no Café Paris

Não sei quem ela era Às vezes o Gênio é quase
ninguém, e diz como quem tosse.


LOCUTA LUTETIA

Se il mondo va alla malora
non è solo colpa degli uomini
Così diceva una svampita
pipando una granita col chalumeau
al Cafè de Paris
   
Non so chi fosse  A volte il Genio è quasi
una cosa da nulla, un colpo di tosse



Poema de Eugenio Montale
Tradução de Carlos Dala Stella