quarta-feira, 28 de setembro de 2016

caderno de ateliê 61 / 13




























E assim esses rostos da última quinta parte do caderno vão se afastando mais e mais dos primeiros, sobras dos recortes para o livro BILHETES PARA WALLACE, de Paulo Venturelli. Quando menos esperava, esse barbudo picasseano sobre azuis de Ianelli. Ainda uma vez lembro de Poty: descarregos, esses recortes são meus descarregos, quando estou de varde, entre uma tela e outra, entre um poema e outro. Como o livro das bicicletas, como o livro dos jogos, volto que volto às variações sobre o mesmo tema. São minhas chaconas - que ofereço aos curiosos que eventualmente passarem por aqui.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

caderno de ateliê 61 / 8




Essa série, que chamo de Retratos de Killalusimeno, vai tomando todo o diário de ateliê 61. Cada um deles nasce de uma gratuidade, desse sem-sentido silencioso que abre buracos nas horas. Qualquer coisa serve de ponto de partida, a mínima sujeira na mesa, os dedos pretos de pierre noir, um pedaço de papel no chão, um olhar pela janela, uma linha de criança, um livro de pintura, uma fala ao telefone. Tanto o ímpeto para a alegria como o cansaço servem de combustível. O mais é ilusionismo, estética, inspiração.

domingo, 18 de setembro de 2016

caderno de ateliê 61/ 7





Embora essa seja a terceira capa do diário de ateliê 61, trabalhei nela quando ainda não tinha chegado à metade do caderno, com sobras de um recorte interno. É sempre assim, basta abrir uma porta e as passagens vão se multiplicando indefinidamente. Seria possível passar o resto da vida abrindo portas, atravessando cômodos. Em cada um deles deixando uma vela acesa. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

caderno de ateliê 61 / 5



É a segunda vez que isso me acontece, um caderno de ateliê virar monotemático. Neste, essas cabeças de perfil vão se desdobrando em variações, com e sem cor, em desenho, recorte e colagem. Embora o caderno esteja pela metade, imagino que vai ser assim até a última folha. Entremeando tudo, meus textos, mais ou menos reflexivos, mais ou menos poéticos. Esses meus diários de ateliê são isso mesmo, diários de bordo. Não consigo mais não vir para eles todos os dias; aqui tudo se entremeia, se mistura, num híbrido que vai além das artes plásticas de um lado e da poesia de outro. E assim vou experimentando cada detalhe do mundo a cada dia que passa. São tantas as possibilidades de viver.


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

caderno de ateliê 61





A capa do caderno de ateliê 61 e os desenhos internos, pelo menos até o momento, partem todos de sobras da sequência de cabeças para o livro inédito Bilhetes para Wallace, de Paulo Venturelli. A partir dessas cabeças negras, recortadas, inicio novos desenhos e mesmo novos recortes, aos quais vou agregando pequenas lâminas de papel, lixas, adesivos, plástico, até que elas ganhem um volume pouco mais que plano. Nos intervalos entre um e outro, escrevo, às vezes no próprio corpo do desenho. Esses diários de ateliê são o equivalente aos cadernos de antropologia dos antropólogos.