quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Caderno 38





(clique nas imagens para ampliá-las)

Venho trabalhando nesse caderno (46 x 46 cm) há três semanas. Brinco chamando-o de o caderno do eu que ri, tantos os auto-retratos em que esboço um sorriso. Tem sido um prazer escrever nele, dada a natureza delicada e absorvente do papel arroz. E assim, entre delicadezas e brusquidões vou me desperdiçando, nesse final de ano.

A paisagem acima é parte do jardim, visto do ateliê. Acho que finalmente assimilei alguma coisa dos mestres do período T'ang. Enquanto o desenho me devolve ao mundo natural, onde reina uma espécie de indiferença magestática, a pintura me reconduz ao obscuro em mim, à minha natureza íntima, onde tudo é passional. Um me esvazia de mim, a outra me enche de espelhos.
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