Do caderno de ateliê 38. Fiz esses trabalhos numa urgência danada. Urgência de quê? Não sei, mas eles saíram sob pressão. Como se deles dependesse minha sobrevivência. Mas não vai nisso dramatismo algum. Apenas que trabalhei premido por uma necessidade muito forte e sem sentido. Quando fiz a mulher, sequer imaginava que algumas páginas a frente viria o homem. Naturalmente eles poderiam formar um casal, de frente um para o outro. Ou de costas. No entanto, olhando-os, o que vejo são recortes, linhas, cores - momentâneos adereços de minha urgência.
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5 comentários:
estranho isso de urgências.
às vezes as coisasa me acontecem assim também.
é como se estivesse tudo já dentro, gestado, pronto para ser visto.
beijo
Zaclis,
o Poty chamava isso de descarrego. Alguns trabalhos são mesmo um descarrego. Eles nascem porque sim.
beijo
carlos
gente, morro de inveja! eu, que nos últimos anos me meti a pintar, na verdade não sei pintar e muito menos desenhar. Faço as coisinhas que faço por pura aplicação, como aliás, faço tudo na vida; nada em mim é natural. Sou, portanto, incapaz de um descarrego.
Um beijo para os dois
Era parto! A necessidade da vida propria, sair de dentro e ganhar outros olhares, carinhos ou mesmo para apanhar.
Nasceram mulher e homem, na urgencia e necessidade de posterizarem-se assim: estaticos na forma e dinamicos nos pensamentos que geram.
Que leitura bonita. obrigado
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