quarta-feira, 16 de novembro de 2011

4 gatos ao sol


Insisto com esses gatos, não sei porque; eles insistem em mim. A janela se reduziu a persianas estilizadas, o verde de tantas janelas antigas, as flores-luminárias, esse ar distendido, alheio ao corre-corre, o silêncio... Sobretudo o silêncio, esse silêncio metafísico que reduz as almas ao seu nó vital, no interior do corpo, no interior das casas, entregues ao doce desamparo do mundo. Silêncio ao rés-do-chão, quente, que distende mais do que constrange. Que não serve para nada, num mundo cada vez mais cheio de ruídos, de funções, de processos, de atividade frenética e insessante. Esses gatos são minha porção animal mandando à merda a civilização em mim, em você também.
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