segunda-feira, 4 de junho de 2012

O mato comeu






Toda vez que leio que o IPI dos automóveis baixou, me pergunto por que não baixam o IPI dos livros, dos instrumentos musicais, do nanquim, do óleo, da acrílica? E toda a nossa imprensa comemora, abestalhada. Que solução econômica medíocre incrementar o deus consumo entupindo as ruas de mais automóveis. Eles falam em qualidade de vida, e eu penso em qualidade espiritual, qualidade de imaginação, de subjetividade. Eu e um bando de gente, para quem o automóvel não passa de um amontoado de lata, plástico e circuitos computadorizados, por mais atraente que pareça. Mil vezes nossas pernas tortas do que essas maravilhosas porcarias importadas. Uma frota de automóveis zero quilômetro não vale uma borboleta, não vale uma única bicicleta, solitária, presa num poste do terminal Guadalupe, de madrugada - prestes a ser roubada .


2 comentários:

Susan Blum disse...

Maravilhoso texto... fotos belíssimas!

carlos dala stella disse...

Fiz as fotos pela fresta de um portão, no Butantã, em Sampa. Grato pelas palavras, Susan, e pela visita.