segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
O voo começa no ovo / caderno 50
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Federico García Lorca/O Divã do Tamarit
LEMBRANÇA DE AMOR
Não leves embora a lembrança.
Deixa-a mais em meu peito,
arrepio de cerejeira
no alvor frio de janeiro.
Só me separa dos mortos
um muro de pesadelos.
Dor de um lírio fresco
em um coração de gesso.
A noite toda dois cães,
meus olhos na plantação.
A noite toda correndo
entre valas de veneno.
Às vezes é uma tulipa
cheia de medo, o vento.
Uma tulipa enferma,
a madrugada de inverno.
Só um muro de pesadelos
me separa dos mortos.
A névoa cobre em silêncio
o vale gris de teu corpo.
Cresce a cicuta sobre
o arco de nosso encontro.
Mas deixa tua lembrança
um pouco mais em meu peito.
RECUERDO DE AMOR
No te lleves tu recuerdo.
Déjalo solo en mi pecho,
temblor de blanco cerezo
en el martirio de enero.
Me separa de los muertos
un muro de malos sueños.
Doy pena de lirio fresco
para un corazón de yeso.
Toda la noche en el huerto
mis ojos, como dos perros.
Toda la noche, corriendo
los membrillos de veneno.
Algunas veces el viento
es un tulipán de miedo,
es un tulipán enfermo,
la madrugada de invierno.
Un muro de malos sueños
me separa de los muertos.
La niebla cubre en silencio
el valle gris de tu cuerpo.
Por el arco del encuentro
la cicuta está creciendo.
Pero deja tu recuerdo
déjalo solo en mi pecho.
Tradução de Carlos Dala Stella.
Não leves embora a lembrança.
Deixa-a mais em meu peito,
arrepio de cerejeira
no alvor frio de janeiro.
Só me separa dos mortos
um muro de pesadelos.
Dor de um lírio fresco
em um coração de gesso.
A noite toda dois cães,
meus olhos na plantação.
A noite toda correndo
entre valas de veneno.
Às vezes é uma tulipa
cheia de medo, o vento.
Uma tulipa enferma,
a madrugada de inverno.
Só um muro de pesadelos
me separa dos mortos.
A névoa cobre em silêncio
o vale gris de teu corpo.
Cresce a cicuta sobre
o arco de nosso encontro.
Mas deixa tua lembrança
um pouco mais em meu peito.
RECUERDO DE AMOR
No te lleves tu recuerdo.
Déjalo solo en mi pecho,
temblor de blanco cerezo
en el martirio de enero.
Me separa de los muertos
un muro de malos sueños.
Doy pena de lirio fresco
para un corazón de yeso.
Toda la noche en el huerto
mis ojos, como dos perros.
Toda la noche, corriendo
los membrillos de veneno.
Algunas veces el viento
es un tulipán de miedo,
es un tulipán enfermo,
la madrugada de invierno.
Un muro de malos sueños
me separa de los muertos.
La niebla cubre en silencio
el valle gris de tu cuerpo.
Por el arco del encuentro
la cicuta está creciendo.
Pero deja tu recuerdo
déjalo solo en mi pecho.
Tradução de Carlos Dala Stella.
sábado, 13 de setembro de 2014
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
OFERENDA FLORAL
cada criança que Israel explode
na Faixa de Gaza é uma flor branca
arrancada da paisagem
perfumemos os jardins de Jerusalém
com cada uma das 300 flores
tingidas de vermelho pelo exército de Israel
decoremos a mesa de jantar
de 300 famílias de judeus ortodoxos
com as pétalas vermelhas do espírito santo
e inundemos a noite pestilenta
da terra santa com os jasmins da infância
desejando a todos bons sonhos
inédito de Dala Stella
sexta-feira, 25 de julho de 2014
quinta-feira, 24 de julho de 2014
AUGUSTO
meu pai
assim que começava a chover
se metia no banco detrás do fusca
com um travesseiro
para dormir ao som dos pingos
tamborilando na lataria
não conheci ninguém que vivesse
com tanta desenvoltura
quanta falta me faz
um mundo menos complicado e violento
vivo da simples ternura de viver
inédito Carlos Dala Stella
assim que começava a chover
se metia no banco detrás do fusca
com um travesseiro
para dormir ao som dos pingos
tamborilando na lataria
não conheci ninguém que vivesse
com tanta desenvoltura
quanta falta me faz
um mundo menos complicado e violento
vivo da simples ternura de viver
inédito Carlos Dala Stella
terça-feira, 10 de junho de 2014
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