Nasce-se de uma vontade humana; morre-se incondicionalmente do mesmo incógnito impositivo. Não há justiça alguma no ápice dos eventos.
A flor da indigência
nu o sexo e o ilíaco exposto
divido a morte com o morto
nas alegrias particulares
o indigente não descansa mais
adormece, pueril e belo
braços quebrados sobre a cabeça
nos olhos duas meninas mortas
incompleto o último pensamento
da beleza mutável do rosto
resta boca adentro o espanto
em silêncio entrega às moscas
o peso bruto do ser e o grito
crianças ao pé do corpo
da indigência cultivam a flor
Transcrevo o 9° poema de O caçador de vaga-lumes, publicado em 1998, graças a um amigo. Ainda hoje vejo nesse conjunto os fragmentos de um projeto maior que não chegou a se cumprir. Depois de escrever durante cinco anos, fui cortanto e cortando até chegar a pouco mais de 300 versos - que eu diminuiria ainda mais caso o livro fosse reeditado.
nu o sexo e o ilíaco exposto
divido a morte com o morto
nas alegrias particulares
o indigente não descansa mais
adormece, pueril e belo
braços quebrados sobre a cabeça
nos olhos duas meninas mortas
incompleto o último pensamento
da beleza mutável do rosto
resta boca adentro o espanto
em silêncio entrega às moscas
o peso bruto do ser e o grito
crianças ao pé do corpo
da indigência cultivam a flor
Transcrevo o 9° poema de O caçador de vaga-lumes, publicado em 1998, graças a um amigo. Ainda hoje vejo nesse conjunto os fragmentos de um projeto maior que não chegou a se cumprir. Depois de escrever durante cinco anos, fui cortanto e cortando até chegar a pouco mais de 300 versos - que eu diminuiria ainda mais caso o livro fosse reeditado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário