José Castello
“Partindo do quase-nada, Carlos Dala Stella não só fez um livro sensível e belo, mas nos ensinou alguma coisa a respeito da arte e da escrita. Teve as qualidades que formam o artista e o escritor: a paciência para esperar, sem saber o que se espera; a liberdade interior; a coragem para suportar o susto quando a coisa chega. Clarice Lispector, meio freudiana, dizia: o ‘isso’. Carlos não quis impor seu estilo, ou estabelecer significados. Limitou-se a aceitar aquilo que lhe vinha, sem nada pedir em troca, sem impor condições ou discriminar respostas, e foi por isso, só por isso, que fez um livro estupendo.”
Rascunho, março de 2003.
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Ubiratan Brasil
“O livro é composto de 35 fotografias e 44 trabalhos sobre papel, como desenhos, gravuras, recortes e colagens. A intenção, bem-sucedida, do artista plástico era estabelecer um diálogo entre as imagens, permitindo que a leitura não seguisse a ordem natural das páginas. Nesse sentido, o livro funciona como um grande quebra-cabeça que pode ser lido na ordem que se preferir.”
O Estado de S. Paulo, 19 de março de 2003.
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André Seffrin
“Com a máquina fotográfica em punho, ele pouco a pouco registrou essa alegria, esse nada. Depois, com nanquim, crayon, grafite, etc., em variantes técnicas que não excluíram a fotografia propriamente dita, chegou ao livro. Um livro que nos revela o artista ‘à disposição da infinita realidade’, ou seja, que nos revela o sentido da arte e o lugar do artista no mundo dos homens. Ele também escreveu para o livro um texto impregnado de poesia, quase agônico em sua inquietude. Em meio aos tantos embustes do panorama atual das artes plásticas, eis um nome que merece toda a atenção.”
Pasquim, 25 de março de 2003
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José Carlos Fernandes
“Não bastasse, as bicicletas de que se ocupa Dala Stella são um caso à parte, uma espécie de lixo industrial deixado ao tempo e ao vento em um país rico, sem serventia nenhuma. São, por isso, presas perfeitas para fazer uma variação de um único tema, idéia que persegue o artista não é de hoje. Carlos sempre trabalha uma idéia à exaustão, para conseguir, justo, o que alcançou com as velos. Não lhes falta, por isso, dramaticidade, lirismo, emoção e umas tantas narrativas sugeridas.”
Gazeta do Povo, 27 de fevereiro de 2003
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Diogo Sinhorotto
“Vendo as obras contidas em ‘Bicicletas de Montreal’, recordamos a poesia que pode ficar esquecida no corre-corre urbano. Além de belas imagens, Carlos Dala Stella pretende oferecer uma sonoridade: ‘Criei uma espécie visual, mas de grande apelo aos outros sentidos. As bicicletas são um pretexto gráfico para ouvir a música das rodas e das folhas’, comenta.”
Jornal do Commercio, 20,21 e 22 de abril de 2003.
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