(clique na imagem para ampliá-la)
Esta é mais um dos exercícios de meus cadernos de ateliê, feito a partir de um dos tantos convites de exposições que recebo. Se não me engano era uma exposição de Franz Krajcberg.
.
Esses convites, que vão se acumulando pela casa e pelo ateliê, eu os vejo com intenção dupla: como matéria para colagens e como fonte de riso, já que a maioria deles vem acompanhada de textos os mais idiotas possíveis.
.
Toda vez que leio textos de convites e catálogos, me pergunto como poderá tanta tolice ter se concentrado em torno do mundo das artes, especialmente das artes plásticas. Quando não são os especialistas, são os próprios artistas que disparam frases sem sentido para todos os lados, animados quase sempre pela crença fanática no sempiterno Conceito.
.
O que me surpreende é o esforço enorme, visível em cada torneiro de frase, para conceber um texto tão vazio de significado, tão oco, tão nulo. Como não rir quando o autor dessas obras primas, além de expor publicamente seu nome, acrescenta a associação internacional de críticos de arte da qual faz parte, ou os prêmios que eventualmente tenha ganho, ou os cargos que exerceu?
.
Prefiro mil vezes a pobreza desamparada da obra por si mesma.
.
.
4 comentários:
que alívio ouvir isto de um artista plástico! Diante das tais bobagens a que você se refere pensava que eu é que era uma completa tapada!
(pensava nada).
Abraço
Fiquei intrigada, meu amigo. Se existe a obra, há nela uma pobreza desamparada? E seria da obra?
Não fui claro! Quis dizer que, no final das contas, uma obra tem em si mesma seu único amparo. Nesse sentido ela é pobre. Pelo menos se comparada à estrutura de amparo, midiática, teórica, política, que frequentemente se agrega a uma obra para avalizá-la. Ou não?
abraço
sim, sim, sim.
Certíssimo, meu querido.
Acho que é por isso que temos algumas aberrações (como a exposição de um cachorro amarrado até morrer de fome, em um museu no Chile, se não me engano)
Entendi. :)
beijos
Postar um comentário