sexta-feira, 25 de abril de 2014

Eugenio Montale / 9

AMIGOS


Não caiam nessa de anos-luz
de tempo-espaço curvo ou plano.
A verdade nada em nossas mãos
mas como fisgar a viscosa enguia
se nem os mortos o conseguiram?
Talvez para não repetir a sina
difícil e inútil dos vivos.



Amici, non credete agli anni-luce
al tempo e allo spazio curvo o piatto.
La verità è nelle nostre mani
ma è inafferrabile e sguiscia come un’anguilla.
Neppure i morti l’hanno mai compresa
per non ricadere tra i viventi, là
dove tutto è difficile, tutto è inutile.


Poema de Eugenio Montale, Altri Versi
Tradução de Carlos Dala Stella

Algumas raras entrevistas com Eugenio Montale foram disponibilizadas na internet nos últimos anos. Em todas o poeta conjuga lucidez, concisão e ironia, sem nenhuma pose. Às vezes ele parece dialogar com sua posteridade, tratando de questões ainda hoje tão mal resolvidas, como a distinção entre poesia e prosa, encalhada há décadas na disneylândia do dialogismo da linguagem. Vale a pena conferir. 
 

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