1
Mais e mais o amor se consuma como uma relação de troca. Como dar o que já não se tem? o que há muito se perdeu? No lugar da doação, o investimento; do prazer consciente de si, a mecânica do ato fisiológico, a expectativa profissional pelo retorno.
2
Quanto maior a satisfação do ego consigo mesmo, de mais espelhos é feito o amor. E entre os reflexos, quanta frieza se interpõe.
3
O nível de dissolução objetiva da sociedade contemporânea é tão grave que mesmo o impulso erótico não é mais capaz de soldar os amantes. O êxtase deu lugar à performance. Vive-se uma sucessão do mesmo em escala planetária. Nunca a planície da inconsciência esteve tão habitada.
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