quarta-feira, 22 de maio de 2013

Óscar Hahn / 7


EM UMA ESTAÇÃO DE METRÔ

 
Desventurados os que se ligaram
em uma garota no Metrô

e súbito se apaixonaram
e a seguiram enlouquecidos

e a perderam para sempre na multidão

Porque eles serão condenados
a vagar sem rumo de estação em estação

e a chorar com as melodias de amor
que os músicos ambulantes cantam nos túneis

E quem sabe o amor não é isso mesmo:

uma mulher ou um homem saindo de um vagão
em uma estação qualquer do Metrô

e por um segundo dá-se o resplendor
e se apaga na noite sem fim



EN UNA ESTACIÓN DEL METRO


Desventurados los que divisaron
a una muchacha en el Metro

y se enamoraron de golpe
y la siguieron enloquecidos

y la perdieron para siempre entre la multitud

Porque ellos serán condenados
a vagar sin rumbo por las estaciones

y a llorar con las canciones de amor
que los músicos ambulantes entonan en los túneles

Y quizás el amor no es más que eso:

una mujer o un hombre que desciende de um carro
em cualquier estación del Metro

y resplandece unos segundos
y se pierde en la noche sin nombre


Do livro Versos Robados (1995) de Óscar Hahn,
tradução de Carlos Dala Stella

Nenhum comentário: