Ontem, enquanto desenhava, de madrugada, vi uma libélula morta no chão do ateliê. Intacta, mas morta. Antes que eu percebesse, minha curiosidade já tinha esquadrinhado aquele corpo de delicadezas. Hoje, levantei disposto a desenhá-la, mas sem me ater às minúcias, ou melhor, sem dispor de muito tempo na construção das minúcias de que aquele corpo era feito. Para isso precisava de uma folha grande, de quase um metro, só assim o traço viria espontâneo, concentrado mas espontâneo. E veio num jorro, com esses meus pincéis primitivos, feitos de bambus e gravetos partidos ao acaso. Alguns são desenhos de construção, essa libélula é um desenho de desconstrução. Em ambos os casos o ponto que visamos é o mesmo, o que varia são os procedimentos.
5 comentários:
um inseto fascinante, que sempre empolga a todos. Desde criança tenho curiosidade sobre a libélula...
Já o nome é fascinante: li bé lu la, assim como a balança na origem dessa palavra. Abraço
Carlos, peço desculpas, mas tomei a liberdade de escrever um texto rápido. Caso queira ver: http://novelosnadaexemplares.blogspot.com.br/
e usei sua imagem...
O Ângelo Machado escritor mineiro especialista em libélulas iria amar seu desenho.
Pensei muito nele quando vi!
É uma alma criança num corpo velho, cheio de delicadezas...
Lindo desenho, também cheio de delicadezas.
Um abraço
Marilu
Marilu
Escritor especialista em libélulas!Vou procurar coisas dele. Quando criança, tinha uma libélula feito pipa, de plástico, que voava girando freneticamente as asas. Lembro do zumbido farfalhado ali a alguns metros dos olhos, no início do céu.
Grato por passar por aqui, grato por suas palavras, que diminuem o frio dessa manhã gelada de domingo em Curitiba.
Abraço
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