para Robert Amorim
o presente que habito
habitantes de minha aldeia
há muito não coincide
com esse tempo de incidências em cadeia
diversa da minha alegria
essa insaciável euforia – do mesmo
essa violência de sobrevivência
o presente que me cabe
se abre em deslumbramento
e não nego que não sei o que me sabe
e digo sim ao vazio e não
ao oásis do entretenimento
mil vezes meu presente ardente
a esse crédito em 60 meses
o presente que passeio
convivas indiferentes que circulam
pelas ruas de minha aldeia
é precipício de possibilidades
a cada passo uma paisagem
uma ponte de segredos
sobre o rio do riso e do medo
o presente que invento
converte motores em moto-contínuo
de favos e flores, o vento
da necessidade em lentas nuvens
quando caminho pela minha aldeia
circunavego o vir a ser
da lua cheia
poema inédito, Dala Stella
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