Agustín Pío Barrios Ferreyra nasceu em 5 de maio de 1885, quase certamente em San Juan Bautista de las Missiones, Paraguai. Reconhecido como o maior compositor para violão de todos os tempos, a partir de 1928 passou a usar o pseudônimo Nitsuga Mangoré; Nitsuga, Agustin ao reverso, e Mangoré como homenagem a um cacique Guarani, fuzilado por raptar uma espanhola por quem estaria apaixonado. A partir de então, para atrair a assistência, apresentou-se seguidamente paramentado como índio guarani.
Foi o primeiro a gravar discos de violão, em torno de 40, a partir de 1915, quinze anos antes do primeiro registro de Andrés Segóvia. Além de compositor inigualável, foi intérprete genial, poeta e refinado desenhista. Depois de percorrer boa parte da América do Sul e América Central, além de algumas cidades da Europa, morreu em San Salvador, em 1944. Apesar das dificuldades de se fazer ouvir enquanto vivo, hoje Mangoré é tocado em todos os cantos do mundo, por quem estuda violão, e ouvido com o mesmo misto de reverência e espanto com que se ouve João Sebastião Bach.
O BOÊMIO
Como
giro rápido! Sou cata-vento,
movido
pelos impulsos do destino
vou dançando
em louco torvelino
planeta
afora, junto aos quatro ventos.
Em
mim, no cerne de uma vida inquieta,
vai este
vagar incerto e peregrino
e a
arte alumiando o caminho
como
facho de um fantástico cometa.
Sou irmão
em glória como em dores
daqueles
mesmos medievais trovadores
que
padeceram romântica loucura.
Como
eles, quando eu estiver morto,
só Deus
sabe em que distante porto
encontrarei
minha áspera sepultura!
Tradução de Carlos Dala Stella
EL BOHEMIO
Que
moviéndose a impulsos del destino
Va
danzando en loco torbellino
Hacia
los cuatro vientos del planeta.
Llevo
en mí el plasma de una vida inquieta
Y en
mi vagar incierto, peregrino,
El
Arte va alumbrando mi camino
Cual
si fuera un fantástico cometa.
Yo soy hermano en gloria y en dolores
De
aquellos medievales trovadores
Que
sufrieron romántica locura.
Como
ellos, también, cuando haya muerto,
!Dios
solo sabe en qué lejano puerto
Iré
a encontrar mi tosca sepultura!
Agustín Barrios Mangoré
Agustín Barrios Mangoré
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