segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O MAGO DO VIOLÃO



Agustín Pío Barrios Ferreyra nasceu em 5 de maio de 1885, quase certamente em San Juan Bautista de las Missiones, Paraguai. Reconhecido como o maior compositor para violão de todos os tempos, a partir de 1928 passou a usar o pseudônimo Nitsuga Mangoré; Nitsuga, Agustin ao reverso, e Mangoré como homenagem a um cacique Guarani, fuzilado por raptar uma espanhola por quem estaria apaixonado. A partir de então, para atrair a assistência, apresentou-se seguidamente paramentado como índio guarani. 

Foi o primeiro a gravar discos de violão, em torno de 40, a partir de 1915, quinze anos antes do primeiro registro de Andrés Segóvia. Além de compositor inigualável, foi intérprete genial, poeta e refinado desenhista. Depois de percorrer boa parte da América do Sul e América Central, além de algumas cidades da Europa, morreu em San Salvador, em 1944. Apesar das dificuldades de se fazer ouvir enquanto vivo, hoje Mangoré é tocado em todos os cantos do mundo, por quem estuda violão, e ouvido com o mesmo misto de reverência e espanto com que se ouve João Sebastião Bach.  


O BOÊMIO


Como giro rápido! Sou cata-vento,
movido pelos impulsos do destino
vou dançando em louco torvelino
planeta afora, junto aos quatro ventos.

Em mim, no cerne de uma vida inquieta,
vai este vagar incerto e peregrino
e a arte alumiando o caminho
como facho de um fantástico cometa.

Sou irmão em glória como em dores
daqueles mesmos medievais trovadores
que padeceram romântica loucura.

Como eles, quando eu estiver morto,
só Deus sabe em que distante porto
encontrarei minha áspera sepultura!

Tradução de Carlos Dala Stella


EL BOHEMIO

Resultado de imagem para agustin barrios mangore!Cuán raudo es mi girar! Yo soy veleta
Que moviéndose a impulsos del destino
Va danzando en loco torbellino
Hacia los cuatro vientos del planeta.

Llevo en mí el plasma de una vida inquieta
Y en mi vagar incierto, peregrino,
El Arte va alumbrando mi camino
Cual si fuera un fantástico cometa.

Yo soy hermano en gloria y en dolores
De aquellos medievales trovadores
Que sufrieron romántica locura.

Como ellos, también, cuando haya muerto,
!Dios solo sabe en qué lejano puerto
Iré a encontrar mi tosca sepultura!

Agustín Barrios Mangoré






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